"Psy Trance ou Trance Psicodélico é uma forma de música eletrônica desenvolvida no fim dos anos 1980 em Israel a partir do Goa trance (da Índia , Goa). Este estilo tem uma batida rápida, entre 135 e 165 batidas por minuto (bpm), além da batida forte de kick, num compasso 4x4, que algumas vezes difere da batida do techno por ter um alcance de freqüência um pouco mais alto além dos sons graves."
A terceira matéria sobre os Gêneros da Musica Eletrônica. Vamos falar hoje de PsyTrance.
Na ultima matéria, vocês ficaram sabendo da diferença entre PsyTrance e Trance, em questão. (Quem não viu, clique aqui). Hoje vamos falar nesse gênero em questão.
O Psy Trance surgiu na India, exatamente na praia de Goa, uma ex- colonia portuguesa que era frequentando por mochileiros e hippies nos anos 60. Aos poucos, deejays e produtores europeus como Goa Gill, Mark Allen e Youth começaram a desenvolver uma vertente influenciada pelo misticismo indiano, por sons étnicos e pelo rock psicodélico progressivo. A ênfase não era mais o ritmo, mas sim a "viagem", proporcionada por uso intenso de efeitos de estúdio e de timbres exóticos. Em meados dos anos 90, depois de um acordo de vistos entre Índia e Israel, legiões de jovens recém-saídos dos rígidos anos de serviço militar israelense passaram a se atirar nas raves de Goa. Graças a essa conexão, Israel se tornou o país onde o psy-trance teve o maior impacto e aonde se encontra os maiores astros.
É uma vertente de batidas rápidas, sem muitas quebras , que meche mais com adrenalina das pessoas. Tem Timbres curtos, sujos e desconexos, uso ostensivo de recursos digitais e softwares de produção, bpm alto (140 a 160 bpm) e kick seco (toc, toc, toc, toc) ausência de breakdowns (full-on), melodias sem estrutura e nexo.
Por esse fato, o Psy Trance se popularizou bastante no Brasil e em algumas partes do mundo. Essas condições são idéais pra quem busca uma curtição, chamadas popularmente como "fritar". o Psy é o preferido em festas open air, lugares abertos, em geral mal organizados e com muita confusão. Porém já existem eventos mais bem organizados e os PVT´s, que são festas fechadas apenas para convidados. Alguns problemas encontrados nesses eventos são as drogas, mas como já falamos aqui o movimento é muito criticado e possui muito preconceito por parte da imprensa em geral.
Porém, devemos falar tambem que existem pessoas que procuram essas drogas para a curtição, e muitas vezes são essas pessoas que são despreocupadas com a qualidade musical e sim interessadas apenas em extravasar, ou fritar, como se diz hoje.
As Vertentes:
Dentro da cena atual, a produção de música eletrônica é abundante e rica em qualidade, dividindo-se nitidamente em três fortes correntes principais: Full On, Progressive e Dark.
- Full On: Full On é a vertente mais melódica do Psychedelic Trance. O estilo foi originado em Israel no final dos anos de 1990 por artistas do Psychedelic Trance. São caracterizados por sintetizadores ao extremo e por uma grande oscilação entre momentos de euforia total e melodias bem trabalhadas, geralmente construídas entre 142 e 150 bpm. É sem dúvida um som que tem um apelo dançante. É extrovertido e convidativo à expressão corporal da dança. Seus elementos vão tomando parte da música, cada um em seu tempo, até que ela se enche, e então explode. As músicas são normalmente longas, porém, se bem feitas, pode-se ouvi-las inteiras por longos períodos de tempo sem se cansar.
Alguns exemplos: Astrix, Infected Mushroom, GMS, Ananda Shake, A-TEAM, Waio...
- Progressive: Vertente mais calma, lenta e extremamente lisérgica do Psy Trance, construída geralmente (mas nem sempre) entre 130 e 140 bpm. A oscilação é deixada de lado, o som é mais constante, retilíneo e crescente. Os sintetizadores são mais sutis, sendo a batida e a linha de baixo o que mais interessam ao trance. É uma música introspectiva, que busca equalizar as ondas do cérebro, e assim, chegar a um estado meditativo da dança. É o som típico de fim de tarde no qual, depois do Dark e do Full On, é muito aceita para descansar o corpo e a mente. Tem um kick bem leve e um baixo bem grooveado, passando por diversos tons que empolgam seu ritmo dançante.
Exemplos são os produtores do Beat Bizarre, Zion in Mad, Metapher, Bitmonx, Ace Ventura, Analog Drink, Ticon e Atmos.
- Dark: é uma subvertente do Psychedelic Trance que possui um carácter sombrio, escuro e sinistro, ao contrário do Dark Trance que tem melodias poucos sombrias. Caracteriza-se ainda por apresentar efeitos curtos e rápidos, batidas que variam de 140 a 200 bpm, sem uma melodia pegajosa de sintetizador, baixo reto ou em alguns casos 'grooveado', bumbo(kick) pesado e samples (amostras de som) macabros de filmes como: gritos, risadas, sons de animais, interjeições.
Exemplos são Xikwri Neyrra, Savage Scream, Polyphonia, Cosmo, Kindzadza, Osom entre outros.
Até a próxima!
0 comentários:
Postar um comentário